Emendar Sêneca, corrigir Pascal, além de um capítulo que escapou a Aristóteles e outro que não é sério: nada disso é propriamente testemunho de que a ficção machadiana visa superar os clássicos ou indício de que pretenda convocá-los a um simposium em que, acima do tempo e fora do espaço, se corrijam ou corroborem. Embora ambas as hipóteses sejam argumentáveis, os ensaios deste livro pretendem sobretudo levantar testemunho do propósito cosmopolita que anima a ficção machadiana e do qual decorre tudo o mais que aqui se inventa a respeito dela. Em consequência, é justo dizer que os ensaios militam em favor da ideia de que a consideração da forma livre, a exigência do ceticismo crítico e a persistência do cômico compõem, em liga única, uma prática radicalmente original da literatura.
Abel Barros Baptista é professor universitário. No seu trabalho de pesquisa, destacam-se dois estudos sobre Machado de Assis, já publicados no Brasil pela Editora da Unicamp (A formação do nome: Duas interrogações sobre Machado de Assis, 2003; Autobibliografias: Solicitação do livro na ficção de Machado de Assis, 2003), e a ação crítica em torno da necessidade de uma noção de literatura brasileira de um ponto de vista cosmopolita, nos ensaios de O livro agreste: Ensaio de curso de literatura brasileira (Editora da Unicamp, 2005).
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