Descrição
Tratado de agricultura, obra atribuída a Paládio (séculos IV-V d.C.), é a última contribuição da tratadística romana sobre a agropecuária, produzida em fins da Antiguidade. No tratado, o autor introduz aspectos gerais da lida com a terra – tipos de solo, edificações rurais, a questão das águas etc. – no livro inicial. Os livros seguintes, do II ao XIII, correspondem a divisões do assunto rústico por sucessivos meses do ano, de modo que as tarefas cabíveis numa propriedade rural romana (preparo de terrenos, plantios, colheitas, armazenamentos e outras) sejam cronologicamente apresentadas. O livro XIV contém prescrições de ordem veterinária a fim de auxiliar o camponês a medicar seus rebanhos e manadas. Por fim, o livro XV encerra a obra sob a forma de um poema didático sobre enxertos arbóreos. Acompanham esta tradução inédita o original latino, uma introdução, notas e um índice de assuntos agrários.
Rutílio Tauro Emiliano Paládio (séculos IV-V d.C.), autor a quem se atribui a composição do Opus agriculturae, tem poucas informações biográficas disponíveis. Nos manuscritos da obra, chamam-no de uir inlustris (“varão ilustre”), título que, ao que tudo indica, começou a ser empregado, em Roma, a partir de meados do século IV d.C., a fim de honrar indivíduos situados em altos postos do senado. Paládio foi proprietário de terras nas imediações da cidade de Roma e na ilha da Sardenha, demonstrando conhecimento in loco da vida e dos afazeres agrícolas antigos. Sua prática de escrita revela um autor culto, leitor de muitas obras pregressas em grego e latim sobre o tema rural, e, ainda, senhor de um estilo límpido e temperado por recursos retóricos e poéticos.