Descrição
**PREÇO DE CAPA NÃO DEFINIDO**
Com o intuito de conhecer e inquirir os modos de transgressão feminina que vieram conferir a certas escritoras a pecha da maldição literária, este livro examina, de início, duas lendas medievais galaico-portuguesas que expõem tipos antagônicos de mulher, para poder ir trilhando, ao longo da história literária de expressão portuguesa, a geração e a intermitência dessa linhagem (que produz um fértil elenco de nuances do proibido, incluindo o erotismo), acompanhando-a até a contemporaneidade. Trata-se apenas de um recorte efetuado sobre vastos domínios (literaturas portuguesa, brasileira e africanas de expressão portuguesa) que vai atualizando o conceito (visitado na acepção baudelairiana, recuperada por Verlaine), mercê do trato íntimo com as obras eleitas. Outras tantas variações de maldito – do ponto de vista cultural, histórico-social, antropológico, psicanalítico, sexual, religioso etc. – são confrontadas a ponto de se obter um acorde aberto de hipóteses, ao menos um alarde sobre o trajeto transformativo do maldito, que instigue novas especulações.
Maria Lúcia Dal Farra é mestre e doutora em Letras Vernáculas pela Universidade de São Paulo (USP), livre-docente pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professora titular pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), onde foi pró-reitora de Pós-Graduação. Tem pós-doutorado na Universidade de Lisboa e na École Pratique de Hautes Études de Paris; lecionou na USP, na Unicamp (onde integrou a equipe fundadora do Instituto de Estudos da Linguagem com Antonio Candido), na UFS e na Universidade de Berkeley, Califórnia (EUA). Autora de inúmeras obras poéticas, ensaísticas e de ficção, é vencedora do Prêmio Jabuti de Poesia (2012).